Lançamento do comitê do FAMA em Minas Gerais ressalta unidade da classe trabalhadora em defesa da água
Aconteceu na noite desta quinta-feira (14) o lançamento do Comitê do Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA) em Minas Gerais. Entidades estiveram reunidas durante audiência pública na Assembleia Legislativa para mostrar a unidade e disposição das organizações mineiras na construção do fórum que visa proteger as águas brasileiras contra o capital estrangeiro.
O FAMA será realizado entre os dias 17 a 22 de março de 2018, em Brasília, e reunirá integrantes de entidades nacionais e internacionais que lutam em defesa da água como direito elementar à vida.
A iniciativa surgiu como uma alternativa popular ao Fórum Mundial da Água, que será realizado também na capital Federal, entre 18 e 23 de março de 2018, reunindo grandes grupos econômicos que visam discutir a privatização e o acesso das multinacionais a esse recurso.
Estiveram presentes na mesa Beatriz Cerqueira, presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG), Aline Ruas, da coordenação estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Cristina do Comitê da Várzea das Flores Betim, Contagem e Belo Horizonte, José Maria, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Minas Gerais Sindágua e Geovane Krenak, indígena da tribo Krenak, atingido pelo crime da Samarco na Bacia do Rio Doce.
“Não podemos deixar que somente um grupo de pessoas detenham o poder da água. Nosso desafio é manter as estatais da água para o povo e frisar que vamos fazer o enfrentamento contra a venda das estatais ”, disse José Maria, do Sindágua.
Segundo Beatriz Cerqueira a venda das águas no Brasil está interligada com o golpe em curso no País, comandado pelo presidente ilegítimo Michel Temer. “É um momento em que empresas internacionais querem comprar nossas riquezas e o governo quer vender. Estão em jogo o nosso minério, terras e o petróleo. Temos que fazer uma contra posição por meio do FAMA e envolver a sociedade nesta luta legítima pela as águas”, afirma Beatriz.
O MAB ressalta a defesa da soberania das águas. “Toda a luta pela água é justa. O FAMA vem para negar os projetos do capital estrangeiro no Brasil. Vamos defender as riquezas naturais em toda a América Latina. Não lutamos apenas contra a privatização da água. Mas para que a água seja um bem público e que o povo tenha acesso e tenha prioridade do seu uso. Por isso lutamos por um projeto popular para água”, comentou Aline Ruas do MAB.
A militante do MAB apresentou dados importantes para ressaltar a importância na defesa das águas no mundo. Segundo ela cerca de 663 milhões de pessoas não tem acesso a água adequado para consumo. “Nós trazemos essas informações para mostrar que o bem essencial para vida humana está em disputa e precisamos nos organizar”, ressalta Aline Ruas.