Embaixadas ameaçam participantes estrangeiros do FAMA

Embaixadas ameaçam participantes estrangeiros do FAMA

Ao longo desta semana, embaixadas de diversos países do mundo realizaram ligações aos participantes estrangeiros do Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA). De acordo com os relatos, as embaixadas tentaram coagi-los a não participarem da marcha que ocorrerá nesta quinta-feira (22), Dia Mundial da Água, sob o risco de serem presos e deportados.

Para a coordenação do FAMA, esta é uma evidente tentativa de intimidação e de negação à liberdade de expressão, um direito fundamental a todo seres humanos. As embaixadas, neste caso, estão agindo de maneira contrária ao seu suposto papel, que seria resguardar os cidadãos estrangeiros que estão no Brasil.

Também gostaríamos de questionar uma suposta interferência por parte do Itamaraty, comandado pelo ministro de relações exteriores, Aloysio Nunes, que não tem respeitado no âmbito internacional os governos de caráter popular e progressista. Ou seja, ignorada a autodeterminação dos povos, justamente no momento em que vivemos um golpe que retirou a presidenta democraticamente eleita por mais de 54 milhões de votos, Dilma Rousseff (PT), para colocar a força o ilegítimo presidente Michel Temer (MDB).

Foto: Joka Madruga

Questionamos também o Estado brasileiro a responder pelo tratamento desigual dado aos estrangeiros que participam dos dois fóruns na capital federal brasileira. No Fórum Mundial da Água, os integrantes de grandes corporações internacionais, que pretendem se apropriar dos nossos recursos naturais para gerar lucro, são recebidos com patrocínio do Estado brasileiro. Do outro lado da cidade, no FAMA, evento no qual já circularam por volta de 7 mil pessoas de 37 organizações e 35 países,  há a tentativa de criminalização e coação.

Estão aqui, no FAMA, mais de 170 internacionalistas que acreditam que as fronteiras são criadas justamente por esse sistema defendido pelo Fórum Mundial da Água, que cerca os territórios para privatizarem seus recursos naturais, com o único objetivo de gerar lucro.

A coordenação do FAMA rechaça qualquer tentativa de intimidação, criminalização e cerceamento da liberdade de expressão. Amanhã, Dia Mundial da Água, povos dos cinco continentes se colocarão em marcha em defesa dessa riqueza natural que não pode ser tratada como mercadoria, mas como direito da humanidade.

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